juros x taxa de administracao: entenda a diferenca

Juros X Taxa de Administração: entenda a diferença

Está se perguntando se o consórcio tem taxas administrativas? Se o consórcio tem juros? Neste post vamos esclarecer todas essas dúvidas e explicar a diferença entre juros e taxa de administração de um consórcio.

Vamos lá?

Em primeiro lugar, você precisa saber que não há cobrança de juros em consórcio. Qualquer pessoa que recorra a essa opção não precisará se preocupar com a taxa ou com o acúmulo do débito.

O que está acordado entre todas as partes é a cobrança da Taxa de Administração (TA). 

O que é taxa de administração de consórcio?

A taxa de administração em consórcios nada mais é que a forma como a administradora é remunerada por garantir que o grupo tenha acesso aos bens contratados. 

Diferente da taxa de juros, esse percentual incide de uma maneira bem mais discreta ao longo de cada mês e não aparece na forma de juros compostos. 

E isso ocorre pois a taxa de administração é fixa e estipulada em contrato. Sua incidência acontece de forma diluída ao longo das prestações durante todo o consórcio e deve ser considerada como um fator de decisão antes de adquirir uma cota.

Como calcular a taxa de administração de consórcio?

Para entender como essa taxa é calculada, é importante ter em mente 2 fatores: o valor nominal da taxa em si e a quantidade de parcelas do consórcio. 

O valor da taxa de administração que incide em cada prestação é obtido mediante uma divisão simples entre esses valores. Complicou? Então vamos por partes.

Imagine, por exemplo, uma taxa de administração de 15%, percentual bastante comum no mercado. Se o consórcio tiver 50 parcelas, a incidência será de 0,3% ao mês em cada mensalidade. 

Caso o valor do consórcio seja de 30 mil reais, portanto, o acréscimo mensal à parcela será de 90 reais. 

Em outro cenário, digamos que a taxa de administração seja de 12%, também um valor praticado com frequência no mercado. Considerando as mesmas condições, a incidência mensal é de apenas 0,24%. Assim, em um consórcio de mesmo valor, as prestações teriam um acréscimo de 72 reais.

Também é possível calcular o valor a ser pago com a taxa de administração ao final do consórcio. 

No primeiro caso, ao final do contrato, um participante terá pago 4.500 reais referentes a essa taxa. Já na segunda situação citada, o valor total seria de 3.600 reais. Viu como nem é tão complicado?

Isenção de juros no consórcio

A principal vantagem de ter uma taxa do consórcio com juros zerados é a diminuição da dívida. Como não há a cobrança de um valor sobre o outro, não é preciso se preocupar com o tempo de duração.

Imagine, por exemplo, dois consórcios de veículos, ambos de R$100 mil. O primeiro tem duração prevista de 120 meses e o segundo, de 180 meses. Nos dois casos, a diferença de pagamento só existirá pelo reajuste das parcelas e da carta de crédito.

Já em dois financiamentos nas mesmas condições, o de 180 meses terá um custo maior que o outro, já que o tempo de pagamento de juros é elevado.

Esse benefício é fundamental para tornar a opção acessível, além de garantir uma abordagem muito mais justa. Ao final, você não terá pago várias vezes o valor do bem.

Taxa de administração x taxa de juros

A taxa de juros envolve um cálculo realizado sobre o valor residual após amortecimento (juros compostos), o que faz com que a dívida seja consideravelmente maior. Dependendo da taxa de juros contratada e do número de parcelas, ao final do financiamento você pode chegar a pagar até o triplo do valor inicialmente contratado.

Enquanto isso, a taxa de administração é calculada a partir de uma divisão simples entre o valor nominal da taxa e a quantidade de parcelas, como já explicamos.

Em resumo, a taxa de administração é muito mais barata do que as taxas de juros que incidiram em um eventual financiamento. Ainda assim, é importantíssimo conhecer e buscar as menores taxas, já que elas variam conforme a administradora do consórcio.

Outras taxas cobradas no consórcio

Além da taxa de administração, há outras taxas cobradas no consórcio que são diluídas nas parcelas do contrato. Algumas taxas não são obrigatórias. Confira algumas:

Fundo reserva

Para garantir o funcionamento do grupo mesmo em condições adversas, é cobrada uma taxa referente ao fundo reserva ou comum.

O montante arrecadado é armazenado e usado para situações especiais, como quando há inadimplência. O comum é que a taxa seja de 1 a 2% da carta de crédito e o valor é diluído em toda a duração.

No mesmo exemplo anterior, com uma taxa de 2%, o acréscimo na prestação seria de R$16,67 por mês.

Conheça mais sobre o fundo de reserva de consórcio.

Seguro

Alguns contratos de consórcio também determinam uma proteção adicional ao fundo de reserva por meio do pagamento de prêmios de seguro. 

O cálculo aqui depende das condições estabelecidas junto à seguradora, mas geralmente consiste em um valor fixo acrescido na parcela, de modo a garantir a proteção de todos os envolvidos.

Em geral, o principal serviço desse tipo é o chamado seguro de quebra de garantia, que é acionado sempre que há inadimplência do consorciado. 

Também é possível contratar um seguro de vida. Assim, mesmo que um dos integrantes do consórcio faleça, sua contribuição estará garantida, com a seguradora assumindo as despesas. 

E, ainda, existe o seguro-desemprego, que é bem simples: caso o consorciado perca sua fonte de renda, a seguradora cobre as parcelas por um tempo previamente determinado.

O que você tem que saber nesse momento é que a incidência da taxa de seguro não é obrigatória por lei, mas pode ser uma exigência da administradora. Portanto, vale conferir o contrato e avaliar o preço do prêmio, a fim de identificar se o investimento é realmente necessário, especialmente quando já existe a taxa de reserva.

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Adesão

Outra taxa que não é presente em todos os consórcios, mas que nem por isso deixa de merecer atenção, é a taxa de adesão. Afinal, ela pode chegar a até 2% do valor total do bem ou serviço, além de precisar ser paga no momento da inscrição no consórcio.

Vale lembrar que, embora o valor seja pago diretamente para a administradora, essa taxa costuma ser cobrada em casos em que a negociação é feita com o intermédio de vendedores autônomos, ou representantes autorizados pela empresa responsável pelo consórcio.

Reajuste

Você já sabe que o consórcio não tem juros e que todas as taxas envolvidas são bastante previsíveis, o que facilita o planejamento financeiro a longo prazo. 

Contudo, é preciso considerar que o valor da carta de crédito precisa ser mantido mesmo em face da inflação natural da economia.

Pense bem: mesmo que seja possível comprar uma casa de 3 quartos por 150 mil reais hoje, o mesmo imóvel pode custar 170 mil daqui a 4 anos. 

Justamente para evitar a defasagem entre o valor real do bem na hora da contratação, e o preço no momento da contemplação, as administradoras usam parâmetros de reajustes.

No caso de consórcios de carros, o reajuste é feito com base na tabela dos próprios fabricantes, mas também pode ser usada a tabela Fipe, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, para veículos usados. Em alguns casos, também podem ser usados os IGP-M e INPC, mais comum em consórcio de imóveis.

Na maior parte dos casos, os ajustes são feitos para cima, mas podem sim existir situações em que a inflação ou os preços de carros e imóveis caiam. 

Nesses cenários, a carta de crédito e, portanto, as mensalidades, também podem ser ajustadas para baixo. Lembrando que os reajustes costumam ser anuais e que é uma obrigação da administradora dizer quais são os índices usados para esse fim já na assinatura do contrato.

Conhecer essas taxas é importante, uma vez que a soma de todas elas faz com que seja possível encontrar o valor da prestação final! 

Vamos a um exemplo prático para esclarecer? Imagine um consórcio no valor de 30 mil reais, com taxa de administração de 12%, fundo de reserva de 2% e sem seguro. Quanto ao tempo de consórcio, são 50 meses.

Nesse caso, o fundo comum (ou a prestação base) é de 600 reais, com o valor da taxa de administração em 72 reais e o do fundo de reserva em 12 reais. Ao final, a parcela a ser paga soma 684 reais. Já no caso de uma taxa de administração de 15%, o valor passa para 90 reais, elevando o valor final da prestação para 702 reais.

No fim das contas, o cálculo da taxa de administração em consórcios é bem simples, por se tratar de uma conta linear. Além de favorecer o planejamento, esse tipo de incidência também faz com que o impacto financeiro seja menor. 

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